domingo, 15 de julho de 2012

A canção de minha vida

 Por fora, posso parecer feliz, satisfeita, bem-sucedida, determinada, mas às vezes uma lágrima se disfarça em sorriso e inunda por dentro.
 Vi-me muitas vezes no chão chorando, reclamando de como pude deixar tudo se tornar tão devastador para os meus planos. Foi quando decidi de vez transformar meus pensamentos em palavras e tornar livre o meu consciente e inconsciente para se expressar. Eu estava chateada com as minhas decisões e pondo em risco diversas vezes o meu autocontrole, indecisa, com grande probabilidade de desistência por ausência de coragem de tentar novamente o que um dia já fora bem-sucedido, por medo de fracassar e superar o número de sucessos de uma vida inteira. Eu não entendia que sem tentativas o meu mundo interior me tornaria perdedora da minha própria guerra, não somente de uma batalha qualquer. Quando tentamos, damos a oportunidade de nossos sonhos transcenderem quaisquer expectativas que tornariam nula nossa luta. Já somos vencedores por estarmos aqui.

 Estava insatisfeita com minha falta de controle, falta de coragem, com minha vida. Poderia parecer fútil para a maioria que soubesse a situação pela qual passava e a qual me sujeitava, agindo como se vivesse em um reino mágico rodeada de fadas encantadas e unicórnios. Era bem maior do que qualquer percepção alheia. Se a minha felicidade fosse uma música instrumental criada propriamente para ser tocada por apenas um instrumento, o piano, este, seria o objetivo, metaforicamente, o sonhos almejando a realidade, sendo formado por pequenos desejos, suas teclas, as mesmas que juntas compunham uma bela canção, tocada por mim, autora desta sincronização musical, a qual as notas dançariam docemente em quaisquer ouvidos. Mas o resultado teria de ser a combinação perfeita de peças, parte por parte, tecla por tecla, nota por nota e cada componente necessário para a criação de uma doce canção. E assim, cada nota alcançada seria uma meta por mim determinada e atingida até que reunidas tornassem a canção de minha vida. Estar satisfeita e feliz com o reflexo do espelho sobre mim, sentindo o amor que me cercava, ao lado de muitos outros desejos aspirando ao triunfo, era como cada tecla ali composta naquele instrumento. Mas eu construí esse piano porque tentei. Se eu nunca tivesse experimentado a vibração de cada tom, talvez nunca teria interpretado a canção de minha vida com tanto amor e verdade. 

Início

 Eu, Rayanne Pinheiro Lima, nome de certidão, escolhido por meus pais, meu verdadeiro eu, poderia ter se perdido entre as nuvens sombrias do fracasso ou entre as brumas da solidão, mas, em meio de pouca luz, perdida entre as sombras, surgia uma chama: fé. Eu estava lá para guiá-la mesmo sem saber o caminho correto, estava para conduzi-la à realidade desejada pelos sonhos, mesmo sem saber qual rumo tomaria. Foi quando percebi que não havia caminho certo, planejamento perfeito ou feliz feliz. Os caminhos fazemos com nossos próprios passos, os quais podem ser difíceis e demorados quando buscamos por aquilo que nos pertence pela simples vontade de querer.
 Não sabemos se passaremos por becos, ruas desertas, sem saída, estradas, avenidas ou frágeis pontes, prestes a desabarem com um fraco sopro da ilusão. Não sabemos se daremos muitos e longos ou curtos e poucos passos, Não sabemos a respeito dos tropeços, das pedras, dos obstáculos, das fronteiras, das barreiras, das ladeiras e das quedas. Não há como saber se o mapa que planejamos em nossa cabeça será devidamente respeitado, partindo em busca ao tesouro de nossas vidas, o nosso alvo, o nosso bem maior, a felicidade que nos preenche a ponto de faltar o ar. Não há planejamento perfeito, não há mapas.
  O planos para nossas vidas somos nós quem construímos na medida em que cada pegada nossa é feita e marcada, deixada para trás, durante o percurso. E podemos alterá-lo como quisermos, quando quisermos e onde quisermos. Podemos acrescentar alguma aventura ou alguém especial para ajudar nas escaladas, nas noites de rio, nos dias de sede ou nas semanas de fome. Também alguém que não desempenhe tão fortemente o papel esperado. Ou até mesmo alguém que mude nossa percepção, que mostre o mundo e seu lado inverso, que nos aponte o outro lado da montanha e nos faça saudar o pôr-do-sol.Que nos apresente ou não a ideia de que não há final feliz, de forma gradativa, como quase uma autodescoberta, criando um sentido maior no que muitos insistem em ignorar. Não há final feliz, porque não há final. A vida é tão rica para ser limitada. A vida é uma fonte inesgotável. Mesmo que levem séculos para descobrirem seu verdadeiro efeito quando apreciada, ela estará inesgotável de felicidade para quem nela crê.
  Eu creio em minha vida, creio nos meus sonhos, creio nos meus objetivos e na minha determinação. Percebi que agia no presente e falava sobre meus defeitos, meus fracassos e minhas decepções como se estivessem ao meu redor, assombrando minhas perspectivas. Mas quela não era eu. Eu me condenava àquilo sem prestar atenção. Aquela FOI eu. Foram resíduos de mim. Aquela está no passado, presa na s falhas lembranças e raros relances do meu hoje. Aquela apenas surge no meu presente em forma de ensinamento, evitando os mesmos erros, as mesmas pegadas, os mesmos passos em falso. Aquela Rayanne foi arrastada para o nevoeiro infindo da terra do medo. O hoje pertence a mim, sempre será meu, assim como a crença de que o tempo do agora rumo a frente será próspero é incontestável.

Universidade do Sucesso

'' O sucesso deve ser saboreado. Pode ser conquistado com lágrimas, mas deve ser coroado com risos.''

''A satisfação proveniente do sucesso não precisa ser identificada por ninguém mais, contato que a própria pessoa tenha conhecimento de sua existência.''
Tudo o que precisamos é coragem para ser e ver nós mesmo.



Para mim ou para eles?

''Para quem buscamos o sucesso, para nós mesmos ou para os outros? O sucesso, para fazer sentido, deve ser uma coisa pessoal.''

  Realmente, pude perceber que na maioria das vezes quis atingir a plenitude por conta de fatores externos. Seja para impressionar, para causar inveja, orgulho, cobiça, por status, para me sentir amada, adorada, enfim, o fato sempre foi que eu realmente nunca procurei saber se era tudo o que sinceramente queria. Era para me fazer feliz ou apenas para mostrar que eu poderia ser feliz? É preciso buscar na nossa alma a realidade de quem somos para somente assim decidirmos quem queremos nos tornar, seja em um modelo perfeito criado pela sociedade ou em uma garota que tem tudo o que precisa com lápis e papel nas mãos. Esta última escreve sua própria história, faz de seus sonhos sua própria realidade, não para quem quiser ver, mas para quem unicamente precisa sentir: ELA MESMA. 

Para ser feliz

''Uma pessoa é feliz como resultado de seus próprios esforços, uma vez que conheça os ingredientes necessários para a felicidade - gostos simples, certo grau de coragem, espírito de sacrifício por um objetivo, amor ao trabalho e, acima de tudo, uma consciência limpa. A felicidade não é um sonho vago, disso agora eu tenho certeza. Através do uso adequado da experiência e do pensamento é possível esperar muito de alguém, através da determinação e paciência pode-se mesmo restaurar a saúde...assim vivamos a vida como ela é, e não sejamos ingratos.''

Eu prometo...

  Eu prometo que serei  aquela garota repleta de dedicação e determinação que um dia conheci.
  Escrevo com todas as palavras derramadas em lágrimas, respostas do meu coração, que lateja, não mais dispara quando refere-se ao seu sonho, quase apagado pelo tempo, como o chão do deserto, coberto pela areia, arrastado pelos ventos, sem deixar rastros de esperança de que um dia voltará a ser o que sempre foi, não o que o tornaram.
  Mas aqui, em minha alma, há um pedaço do desejo que implora por esperança e se desespera quando a mão que o afagaria, que o salvaria da inundação, empurra-o para o fundo, minimizando a vontade de querer emergir desse mar de fracassos e ilusões. Agora, esse fracasso carece de motivação para por fim crescer e florescer no campo da alma, no jardim dos desejos, através do amor concedido por quem o criou, com a magia lançada por seu coração, devastando a escuridão com a luz da vontade de ser o motivo da própria felicidade, sem influências externas, as quais não sentem a dor ou a alegria de que cada ação me faz sentir.
  Com todas as letras, com a voz lançada pela minha alma, com a crença proferida pelo meu coração e com a força sobre-humana que há sobre a vontade de tornar real os meus sonhos, declaro a todo universo que ALCANÇAREI MINHA FELICIDADE, com a realização dos MEUS OBJETIVOS.

Páginas anteriores

  Na primeira lição do livro Universidade do Sucesso de OG Mandino - livro o qual contém um curso completo de como alcançar o sucesso - aprendi que preciso olhar para trás, para o meu passadose eu quiser conhecer quem me tornei. Sei agora que devo revisar as páginas anteriores para não tomar as mesmas medidas equivocadas. Devo me conhecer cada vez mais, expandindo a mente, conhecendo novos horizontes, abrindo novas portas sem medo do que estiver por trás.
  É preciso saber quem sou sem nunca esquecer de onde vim e com quem estava de fato, não somente me espiando para que eu não caísse, mas segurando minha mão, ajudando a me levantar.

Alvo I

''Uma pessoa pessoa precisa saber que, seja lá o que for, ela está movendo adiante em direção a um objetivo. O pior inimigo do sucesso é a ausência de objetivo.''

OUVIR MEU SINO INTERIOR.
  Eu sou a única heroína da minha própria vida, somente eu posso me salvar e me tornar plena e feliz.
Logo:
• Meu primeiro objetivo é ter o corpo ideal -> Para uns, pode parecer fútil, inútil, mas para mim é o primeiro degrau da escada rumo ao sucesso, meu sucesso. Ninguém fará por mim, ninguém moverá montanhas por mim. Portanto, sem influências externas, a única pessoa que sabe o que me faz sentir em estado de extrema plenitude sou eu mesma.
  Há outros objetivos maiores a ser conquistados, porém é necessário que esse seja alcançado, primeiramente, para obter sucesso nos próximos resultados nos seguintes objetivos. Os próximos desejos exigirão de mim a realização de estar bem comigo mesma, confortável e extremamente feliz. Sendo assim, iniciarei uma nova grade alimentar, mais saudável, regrada, seguirei com minha rotina de exercícios e intensificarei a parte estética.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Recomeçar

  Hoje, quando acordei, percebi como estava infeliz ontem. Percebi que ultimamente venho oscilando entre a vontade de ser best-seller e anúncio de jornal. O que leva alguém a ter vontade de fracassar? Quando paro e sinto com profundidade cada sensação que essas duas escolhas me resultam, pergunto a mim mesma o porquê de tanto medo de querer ser feliz. Por que tanto se preocupar? Quem vive com medo, vive pela metade...
   ''O seu trabalho é o trabalho de viver.'' E hoje viverei o hoje. O ontem passou e não mais poderá ser  modificado, o amanhã poderá não vir, quem sabe? Mas o hoje, o hoje sempre será a minha obrigação de viver.
  “Se tiver que amar, ame hoje. Se tiver que sorrir, sorria hoje. Se tiver que chorar, chore hoje. Pois o importante é viver hoje. O ontem já foi e o amanhã talvez não venha.” - Chico Xavier

Querido diário

  Geralmente, as pessoas secretam o seu cotidiano, trancam-no e o escondem até o dia em que já é tarde demais para compartilhá-lo. Sei que não é preciso que o mundo inteiro saiba o dia a dia de cada um, mas, para mim, minha vida sempre será esse livro aberto, ou melhor, um blog público, sem restrições. Aqui, não escrevo para os outros, escrevo para mim, tudo o que um dia poderá ou não ser visto por uma, duas ou milhões de pessoas. Não há como saber o tamanho do poder que há em uma palavra e como esta será interpretada. Não há como entender o seu real valor, as sensações que causam e como serão repercutidas. Mas o que sei, como qualquer ser humano, que a partir delas se cria a própria história. Com elas, decidimos se seremos o best-seller da vida de alguém, ou apenas um pequeno e insignificante anúncio no canto de um jornal. 
  Aqui, dou início à minha própria história, com essas palavras reunidas e destinadas a fazer de uma vida, uma grande obra. 

domingo, 16 de outubro de 2011

Entre flores

  Sou como as árvores que esperam por um ano pela companhia das flores. Elas sempre esperam. Sabem que por mais longo seja o tempo, as flores voltarão a colorir tudo que por muito tempo fora cinza.
  E essa doce primavera que insiste em partir e deixar secar toda seu esforço em tornar belo o que nos cerca.

sábado, 15 de outubro de 2011

E se o amor é tão bom, por que nos machuca?

  Entreguei-lhe meu coração, despedaçado, a fim de reconstruir o que se foi rompido até então por quem não soube conduzir um verdadeiro amor. Fiz o possível para unir o medo de desaprender a amar ao laço que envolvia meu peito, temendo a solidão. Não a solidão causada pela falta de um corpo, porém a de esquecer-me do fruto do que me causara cortes profundos, de seu significado em meio a tanta turbulência. 
  Tudo torna-se tão claro e sombrio quando a saudade surge, fazendo-me lembrar do que era para ser esquecido. 
  O amor é contraditório, surreal. Não limita a intensidade. Não cria opções. Impõe-se apenas a seu favor, quão independente seja seu condutor. Incalculável. Incontrolável. Traiçoeiro. Cria oportunidades, nos abraça, nos droga, nos vicia, nos mata. Antes fosse a morte indolente, rápida, súbita. Não a que sangra vagarosamente, sucumbindo às das fendas da alma, às feridas da saudade, à dor da ilusão.

E quanto à vida que nos sobrecarrega, de nada vale sem a dor. Não conheceríamos o paraíso. Desconheceríamos o amor.


terça-feira, 10 de maio de 2011

Ventos do Oeste

 E aqui faço a minha história. Não se sabe seu início ou seu fim. Não se sabe sua razão ou suas consequências. Sei que vivo para o futuro, esqueço meu momento. Vivo para o amanhã e esqueço de aproveitar a felicidade que me é agora oferecida. O medo me impede de sofrer na hora certa e me obriga a antecipar a dor. O medo me carrega pelos seus braços abrindo caminhos errados, me impedindo de esperar que os nós se desatem e a vida se desembarace.
  Não espero os acontecimentos surgirem, que as coisas venham, assim como uma folha que se arrasta perdida em uma ventania pelo deserto.
  Gostaria de voltar no tempo e mudar tudo, mas não posso.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Quanto às marcas...

 Escrevo a lápis, porque talvez um dia possa escolher a procedência dessas palavras. Podem ser como pequenos arranhões, que em pouco tempo são remediados, ou como cortes profundos, provocando a dor que não se cura e a cicatriz que não se apaga.

 Não há o que temer, as marcas estão impressas, escondidas atrás de cada palavra, implorando liberdade.
 Não há o que temer, porque pior que ouvir o desespero é calar a esperança.
 Não há o que temer.

 E o que me sufocava, de fato, não era a falta de palavras, era a falta de ouvidos.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Sintomas do verbo amar

 Olhar profundamente em seus olhos e imaginar uma vida eterna.
 Perceber que pensamentos foram corroídos, o corpo mumificado, a alma persuadida de que essa é a única razão para se viver.
 Olhar para trás e indagar o motivo de minha existência até então.
 Não só ter grandes dias de uma vida, mas tê-lo como uma vida  tornando meus dias grandes.
 Amor que transborda o peito, escraviza o corpo, devasta a alma, devora a vida, como uma doença incurável. Mas a doença faz querer viver, reintegra. O amor não, me faz morrer aos poucos...
 

3001

 Na vida, cometemos muitos erros, mas eles me trouxeram até vocês.

 Foram anos de histórias, inúmeras memórias. Aprendi a sorrir e a chorar de verdade, a não ter medo da realidade. Aqui, construí uma vida com base no amor que vocês me concederam. Todo vocês, sem exceção.
 Criamos uma amizade inabalável e tão exata como as leis da física. Sinto-me vencedora de uma guerra histórica, em que todos nós somos sobreviventes de anos de batalha por conta da sabedoria dos grandes mestres que souberam nos instruir e tornar completa a primeira etapa do percurso. Muitas outras guerras virão, mas saberemos como agir. Não somos mais iniciantes, temos em nossas mãos a arma para vencer inimigos futuros. Usaremos nossa mente para agir com o coração, tornando válido tudo o que se foi aprendido com amor.
 Nossa amizade consolidada possa talvez um dia se dissolver, mas para nós, que usamos a razão, fica fácil lembrar que uma dia aprendemos que nada se cria nem se destrói, são apenas transformações. Estamos dispostos a deixar a vida nos transformar.
 Esses sete anos junto a vocês não me tornaram mais adulta, me fizeram menos criança, pois o que não aprendi durante toda a minha infância foi que um dia eu não saberia viver sem vocês. Essa, sem dúvidas, foi a matéria mais fácil. Não há dificuldades em aprender o que já se é sabido. Não foi preciso estudar a história de suas origens, a ciência da amizade ou a matemática do amor para saber qual seria a média final. Não foi preciso teorias para criar nossas rotas e concluirmos que seríamos vencedores. Escrevemos o destino que borracha nenhuma apagará.

Amo vocês, 3001.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Tabuleiro da vida

  Sempre sonhei em viver em um país normal. Em um lugar onde pessoas não são como coisas. Em que não nos confundissem com peças de xadrez e nos manuseassem em busca de vitória. Vitória de um só homem, uma só pessoa, triunfo não compartilhado.
  É triste saber que a sociedade gira em torno de poder. Que todos somos alimentos digeridos do que está em alto posto. Saber o nosso lugar neste mundo hostil não é uma tarefa difícil, ao passo que vivemos no planeta em que nossos valores estão em segundo plano. Aquilo que chamamos de felicidade encontra-se fora do alcance, talvez em outra dimensão.  
  Nós, as peças expostas, somos alvo da riqueza. Esta, disposta a sugar toda a simplicidade que um dia foi a fonte de um mundo justo. O mundo que agora não mais reconheço de infinita desonestidade.
  Os jogadores  ainda não se definiram como adversários ou amigos em partida. De certo modo, todos sabemos que um dia haverá xeque-mate. Não é preciso manual para saber que o jogo só termina quando há um ganhador.
  Se haverá revanche, não sabemos, é uma opção para os que manejam as peças. Sobretudo, não devemos nos preocupar, pois ganhando ou perdendo, continuaremos sem agir, servindo de passatempo aos que veem o mundo como um verdadeiro brinquedo. Peças são apenas peças, algumas mais importantes, outras fundamentais, o resto apenas reforços ou garantias de que os jogadores permanecerão na posição em que se encontram: intactos, saboreando o prazer de não medir seus esforços, sentados em suas poltronas de couro à base de Royal Diamond e Cohiba Behike, sendo gentis com sua ignorância ao dar gargalhadas de sua própria hipocrisia.
  É, infelizmente já é tarde. O jogo certamente foi confundido. Não somos peças que compõem um tabuleiro de xadrez. Estamos enfileirados, nos desmontando, em carreiras de dominós.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Residente permanente

 Eu vivi bastante, o suficiente até conhecê-lo e só assim ter um motivo para viver.

 É como se todo o mal ficasse no asfalto e de lá se enterrasse para nunca mais me encontrar. Sim, agi como uma idiota. O que eu estava pensando? Aquele hóspede residiria ali por toda a eternidade. Era definitivo. E eu achando que poderia trair minha consciência.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Ingenuidade

  Lembro-me de quando era mais nova e não sabia o que era palavra. Mal conhecia seu extenso poder e quão significante seria. Mal sabia usá-la e nem que um dia me escaparia.

sábado, 18 de setembro de 2010

Dignidade

  A honra é o respeito concedido a si, estima que acompanha a virtude do homem. É o sentimento buscado em manutenção de um bom nome e dignidade. Feliz é aquele que honra, determinando seu caráter, através de honestidade, personalidade, respeito entre outras características que formam a essência do ser humano.
  Honrar é valorizar sua integridade. É provar de maneira incontestável que há respeito ao semelhante. É consagrar aqueles que respeitamos. É ser inspirado pela virtude, a qual considerada companheira da verdade.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Abraço

  Os homens se abraçam, as almas entrelaçam.

  O abraço. Sempre desconheci seu poder. O mundo se acalma até se calar, tornando inofensivo tudo aquilo que possivelmente nos afetaria. Nada coincide. Procurei palavras para uma descrição admissível, mas nada se iguala a essa ação condutora de sentimentos emudecidos. Talvez como se sentir acolhida de um mundo turbulento, tendo subitamente o maior e melhor escudo próximo a mim. Recuso interpretar.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Ardor

  Quero ser a imagem refletida em teus olhos eternamente.
  Tua ausência faz doer o que ainda resta em mim. Saudades do que ainda não vi.

  Meu feitiço, sinto-me totalmente entregue a tuas magias e encantos.
  Minha cura, trate este amor viciante derramado em êxtase.
  Minha lágrima, o sentimento aprofundado que faz calar o que não quero ouvir.
  Inspiração, que faz nascer o entusiasmo de minha obra.
  Quero a ti com o desejo carnal de meu ser.
  Quero receber a impressão de qualquer de teus sentidos próximo ao meu corpo carecido de emoções.
  Quero o término de um amor ilusório para dar início a um amor igualado às leis da Terra.
  Quero sentir flamejar meus olhos ao ter neles tua imagem.
  Quero a ti, minha exatidão, como o amor que arde sem saber, fogo que incendeia minha alma.

sábado, 4 de setembro de 2010

Particípio traído

  O amor iludido, jamais compreendido, já fora esquecido por aquele ferido. E o desejo prometido, nunca percebido, tornara-se proibido a quem o fizera sentido. Mas agora o repartido se transformava em perigo, por ter sido o motivo de um amor contundido. Está destruído... Falecido... Era o fim doído/do -ido.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Desacertos

  Nosso maior desafio é desvendar o que há por trás de cada migalha de nós mesmos.

  O incrível é saber que mesmo passando-se anos as pessoas ainda conseguem ser algo que nunca transpareceram ser. Seres humanos são incompreensíveis. Vivemos em um mundo em que o bem está a um nível elevado. Está além do que a maioria pode alcançar.
  A vida faz questão de nos mostrar como é a realidade. Entretanto, basta a nós querermos torná-la perceptível. Admitir que estamos nos repartindo cada vez que tentamos nos remontar. Admitir que as soluções só não estão à frente de quem não quer enxergar. Aceitar que nós criamos os erros para ter quem culpar. Perceber que a vida só é decretada como injusta, quando na verdade somos nós quem a criamos. Somos nós quem a vemos. Somos advogados da infelicidade e nem percebemos.
  Estamos predestinados a um mundo ao qual não queremos pertencer. E quem dita isso? O coração, o único que consegue enxergar o que os nossos olhos não são capazes de ver. Não é um desafio segui-lo, mas sim saber que ele existe. Saber que ele sempre esteve ali, uma migalha do nosso eu.
  O mundo é composto por seres inconscientes implorando por consciência. Uma contradição subjugada. E de que adiantarão essas palavras? Não adiantarão. A influência externa é centenas de vezes superior a um pensamento irresoluto de quem supostamente deu início a tudo. Os males permaneceram, porque os seres humanos souberam instruí-los.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Anelos

Sempre temi o amor, embora o quisesse.

Eu queria poder controlar tudo o que você me faz sentir a cada nível do meu ser.
Eu queria poder preencher o vazio causado pela ausência de seu corpo.
Eu queria poder compartilhar o segredo do meu beijo.
Eu queria poder enxergar o resto do mundo.
Eu queria poder ter você.
Mas era claro, eu temia o amor.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Esperança quimérica

  Há algum tempo, apaixonei-me. Essa paixão me causou traumas, felizmente com eles amadureci. Se sou o agora, sou grata a esse amor que me domou um dia. Não me fez bem, mas me tornou melhor. Hoje, não mais cometerei os mesmos erros e saberei ao certo para que lado caminhar.
  Tais experiências me fizeram crer que o supérfulo ofusca o que há de valioso. Está além do que nossos olhos podem ver. Escapa à nossa vista. Está escondido e será achado por quem merece conhecer.
  Foi preciso tempo para curar o que se foi ferido. Nem sempre a cura é o melhor refúgio, é necessário aturar até o fim. Em meio de um amor malsucedido, o fim para a dor é uma incógnita. Não desisti. Acabei encontrando respostas do que precisava saber, do que se era, até então, desconhecido. Agora, desfruto apenas de vestígios de lembranças que permanecerão junto a mim por todo caminho a ser seguido.

domingo, 29 de agosto de 2010

Identidade

   Deram a mim dons, porém ao mundo males espalhei. Fui a primeira a ser sentida e última a sentir. Culparam-me pelo mal, mas não me reconheceram pelo bem. Fui obrigada a suportar.
   Sou, agora, o lado oculto dos seres, curiosidade dos desejos, um enigma de prazeres. Sou quem aguarda ser decifrada pela verdade ou comparada ao irreal. Sou quem induz ao erro de amar e administrar o bem oriundo do mal. Sou quem interpreta a vida àqueles que aspiram à incapacidade de entender. Não esclareço perguntas, subentendo respostas. Posso ser o paraíso ou a que se opõe. Sou o claro. Sou o escuro. Sou Pandora.